A cada passo do cavalo Tordilho, o pequeno Braian, transparecia a felicidade no contato com o animal. Mais do que sorrisos e o encantamento nítido em seus olhos, o passeio rendeu a ele benefícios terapêuticos e educacionais. É que a equoterapia incentiva a coordenação motora, a fala, a concentração e a memorização, entre outros atributos que fazem toda a diferença como aliada nas áreas da saúde e da educação.
Administração Municipal através da Secretária Municipal de Saúde, pensando sempre em oferecer a população mais qualidade de vida, iniciou neste mês de setembro um projeto de educação e reabilitação para o Desenvolvimento Físico, Psico-Social e Cognitivo. A equoterapia, ou terapia através do cavalo, serve para estimular o desenvolvimento neuropsicomotor. Esta terapia visa o tratamento de pessoas com necessidades especiais, paralisia cerebral, AVCs, autismo, e até mesmo casos de dificuldade da fala, hiperatividade, déficit de atenção e concentração. Os atendimentos acontecem uma vez por semana, No parque de exposições Constanso Anselmo de Marco onde foi preparado um espaço adequado para a prática do exercício.
O que antes era um sonho hoje é realidade. O projeto finalmente entrou em vigor, e a Administração Municipal de Ponte Serrada abraçou a causa e foi em busca de recursos e parcerias com a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Secretária Municipal de Assistência Social e o COMPED (Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência). O programa é desenvolvido por profissionais capacitados para a atividade. Contando com um Equitor que acompanha o cavalo e uma psicóloga acompanha o paciente.
A Equoterapia é uma terapia que proporciona benefícios a pessoas de todas as idades. Onde o cavalo é utilizado devido apresentar movimentos tridimensionais que se desdobram em ações musculares coordenadas e sincronizadas. Tais movimentos são similares a marcha humana, estímulos que passam a ser incorporados na memória. A cada passo, o cavalo produz 1,25 movimentos por segundo, resultando em cerca de 2.000 ajustes tônicos no praticante em trinta minutos de sessão. As vibrações advindas do deslocamento da cintura pélvica durante o passo são encaminhadas ao cérebro com uma frequência de 180 oscilações por minuto, similar ao fisiológico, feito ainda não conseguido com máquinas produzidas pelo homem. A melhora se dá também com déficits cognitivos, distúrbios psíquicos, de socialização, além de estímulos de comunicação, trabalho de autocontrole, vigilância e atenção, através da interação e trabalhos realizados entre a equipe interdisciplinar, o praticante e o cavalo.
De acordo com pai Alciberto André Demarchi, a equoterapia para o seu filho Braian, que possui autismo, possibilitará ótimos benefícios. “ Há muitos anos viemos reivindicando, graças a Deus conseguimos e hoje realizamos a primeira sessão da equoterapia aqui no pavilhão da feira de nosso município e este tratamento vem para contribuir no desenvolvimento principalmente de crianças autistas e com comprometimento motor. Estamos gratos pois o tratamento vem de encontro com o que nossos filhos estavam precisando”, finaliza Alciberto.
A Secretária de Saúde Adriana Pavelski explica como é feito o procedimento de atendimento. “o atendimento equoterápico deve ser iniciado mediante parecer favorável de avaliação médica, psicológica e fisioterápica. Indicamos a prática em casos de lesões neuromotoras de origem encefálica ou medular, patologias ortopédicas congênitas ou adquiridas, disfunções sensório-motoras, distúrbios evolutivos, comportamentais, de aprendizagem e emocionais.”