Dona Maria Lori Shwade resume a produção do açúcar mascavo em poucas palavras: “Um sozinho, não faz nada.” É assim que ela explica a dedicação da família para produzir artesanalmente o alimento. A tradição, passada através de gerações, hoje proporciona um incremento na renda da família que residente em Vila Alegre, no interior de Marema. O trabalho foi conferido pela Primeira Dama, Simone Barella – atual Diretora de Cultura do município.
O agronegócio de Marema é riquíssimo. O município é um grande produtor de suínos, aves e leite, mas paralelo a isso, as quase 400 famílias da área rural, trabalham com uma série de outros produtos, como é o caso de salames, queijos, frutas e hortaliças. Simone avalia que essa diversificação, é que o forma a economia e também a cultura local. Nessa época do ano, “muitas famílias estão se dedicando a produção do açúcar mascavo. O alimento, fabricado artesanalmente, envolve as famílias durante todo o processo de preparo, que vai desde o cultivo e a moagem da cana, até o cozimento da guarapa no tacho, em fogo de chão – processo que envolve um ritual de trabalho e união entre as famílias,” explica a Primeira Dama.
Dados da Epagri indicam que poucas famílias de Marema fabricam açúcar para a comercialização. No entanto, dados da Prefeitura mostram que a tradição está presente em dezenas de famílias. Inclusive, algumas propriedades investiram no cultivo de cana-de-açúcar, priorizando variedades que oferecem maior rendimento e qualidade para a produção do açúcar.
É caso da família Shwade, que cultiva uma variedade desenvolvida pela Embrapa.
Esse é o quinto ano que a família Shwade produz açúcar mascavo para comercialização. “A venda do açúcar garante uma renda que ajuda na família, igual ao mel e ao leite. No ano passado, nossa a produção foi de 1.200 kg açúcar e de uns 150 litros de melado. Tudo foi vendido,” conta Dona Maria Lori. A produtora explica que para fazer uma tachada de açúcar, primeiro é feita a moagem da cana. “São mais ou menos duas horas de serviço. Cerca de 100 litros de guarapa são cozidos no tacho. Depois de confirmar o ponto com o puxa-puxa, a mistura tem que ser mexida fora do fogo, até secar. Isso rende em média 16 kg de açúcar, que são vendidos ao valor de R$ 8,00 ao quilo. É uma tradição que nossos filhos estão seguindo,” garante Dona Maria Lori.
Patrícia Vanzin – Ascom Marema