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Redução no valor dos imóveis financiados pelo Minha Casa Minha Vida preocupa empresários de Xanxerê

Empresários do ramo da construção civil em Xanxerê, preocupados com a atual situação econômica, se reuniram esta semana. Em discussão, a crise gerada pela queda no valor máximo dos imóveis – de R$ 145 mil para R$ 100 mil – enquadrados no Programa Minha Casa, Minha Vida do governo Federal. O grupo esteve reunido com o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Charles Rabaiolli, com o representante da Caixa, Juliano Lunardi e, com o deputado federal, Valdir Colatto, a fim de buscar alternativas para amenizar a crise no setor.

A queda no valor do programa ocorreu em função das informações referentes à quantidade de habitantes. Os empresários alegam que o próprio IBGE reconhece que em 2016 Xanxerê tinha uma população de 49.057 habitantes e, pela média de crescimento, em 2017 deve ultrapassar os 50 mil habitantes. Com isso, existe a possibilidade que a Caixa Econômica Federal libere para o município o enquadramento para financiamento de imóveis de até R$ 130 mil.

Entre as justificativas dos empresários, para que o IBGE reconheça o crescimento populacional de Xanxerê, estão: o expressivo número de empregos gerados no município nos últimos anos que teve excelente saldo positivo, enquanto que o Estado e pais tiveram saldo negativo; o excepcional número de novas edificações aprovadas pela prefeitura nos últimos anos, o que resultou em milhares de novas moradias construídas; o crescimento do número de eleitores no município; o grande volume de recursos liberados pela CEF nos últimos anos, através das agencia de Xanxerê, a qual em 2016 se destacou como a agência que mais liberou recursos pelo sistema habitacional em todo o Oeste Catarinense, com mais de R$ 30 milhões em financiamentos e, ainda, a redução no valor liberado para edificações, resultará em moradias cada vez menores e queda da qualidade das edificações, reduzindo a qualidade de vida dos mutuários e possível favelização dos bairros.

Empresários e lideranças comentam a realidade

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Charles Rabaiolli, que também é engenheiro civil, comentou que se mantendo a situação do programa, toda cadeia produtiva da construção civil sentirá o reflexo negativo a curto prazo. “Contamos em muito com a intervenção política para alterar essa situação e continuar avançando no crescimento de nosso município, com a manutenção dos empregos e crescimento econômico deste segmento que é tão importante, sendo o segundo maior gerador de empregos no município”, destaca.

Para o empresário Alceu Lorenzon, é preciso interceder junto ao Ministério das Cidades, “para alterar a nova regra dos financiamentos com valor menor para as cidades pequenas e valor maior para as grandes cidades, porque isto vai prejudicar as pequenas cidades, aumentar o êxodo e concentração da população nas cidades pólos”, comenta. Além disso, Lorenzon argumenta que o custo do material de construção normalmente é igual ou maior nas pequenas cidades, não justificando a diferença. “Isso que pode ser classificado como discriminação das cidades de pequeno porte”, acrescenta.

Já Bianor Seibt, também empresário, salientou a necessidade de forças políticas para auxiliar Xanxerê. “O simples objetivo da reunião era o interesse em aumentar a quota de financiamento da Caixa, para cidades de nosso porte, mas transcendeu. Todas as coisas que nos interessam estão em debate”, disse.

O deputado Valdir Colatto, que esteve na reunião, se prontificou em levar a reivindicação ao IBGE, para que o órgão reconheça o mais rápido possível que  o município já tem mais de 50 mil habitantes, o que possibilitará a Caixa Econômica Federal elevar o valor dos imóveis financiados e em seguida marcar audiência no Ministério das Cidades para apresentar as todas as justificativas e argumentações dos empresários pela equiparação do valor dos imóveis com a cidade de Chapecó onde  hoje é liberado a compra de imóveis de até R$165 mil.

Leticia Faria – Ascom Xanxerê