Proprietários que não pagavam IPTU devem quitar dívidas de até cinco anos

Por recomendação do Ministério Público, Prefeitura de Ponte Serrada está notificando os contribuintes

Proprietários de imóveis nos Bairros Cohab, Moroso, Cascatinha e Industrial estão sendo cobrados pelos anos em que não pagavam o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em Ponte Serrada. Por recomendação do Ministério Público (MP), a Prefeitura iniciou a cobrança dos valores até cinco anos atrás, prazo de prescrição da dívida.

Ainda em 2014, também por recomendação do MP, o município passou a cobrar o IPTU de proprietários de imóveis nos Bairros Cohab, Moroso, Industrial e parte do Cascatinha. Considerando a prática como “renúncia de receita”, o MP voltou a recomendar à administração municipal a cobrança dos anos anteriores, entre 2010 e 2013, para o ressarcimento dos cofres públicos.

“Os moradores foram pegos de surpresa com a cobrança, haja vista que não receberam carnês nos anos em que agora estão sendo cobrados”, aponta o prefeito Eduardo Coppini (Duda). “Caso cada ano devido tivesse sido cobrado no período certo, os valores não teriam acumulado”, acrescenta.

Duda diz que o Setor Jurídico da Prefeitura estuda a possibilidade de lançamento de um Refis (Recuperação Fiscal) especialmente para os casos, mas ainda não há confirmação devido às proibições por conta do período eleitoral. “É comum o encaminhamento de Refis para facilitar o recolhimento de valores em atraso. Especialmente nesse período de crise e em razão da particularidade do caso, buscamos uma saída para fins de parcelamento”.

Mais de 600 contribuintes

De acordo com o Setor de Tributação da Prefeitura, 446 notificações já foram entregues aos moradores do Bairro Cohab, restando ainda 167 notificações aos moradores dos Bairros Moroso, Cascatinha e Industrial, totalizando 613 contribuintes. A estimativa de receita é de aproximadamente R$ 600 mil aos cofres do município.

O Setor de Tributação informa que os contribuintes têm 30 dias após o recebimento da notificação para buscar a regularização da dívida. O valor poderá ser pago à vista ou em até 24 meses, neste caso com juros. O não pagamento poderá gerar cobrança judicial e inscrição do contribuinte em dívida ativa como o município.

“Não havia outra saída para a administração, sob pena de responder ação civil pública e ainda gerar ações judiciais”, esclarece Duda. “Os cofres públicos deixaram de arrecadar valores altos em anos anteriores e que prescreveram. A atual administração ainda estuda sobre a legalidade quanto à responsabilidade do pagamento em razão da propriedade dos imóveis. Porém, num primeiro momento, a solução foi cumprir a determinação da promotoria”, finaliza o prefeito.

Jhonatan Coppini – Ascom Ponte Serrada