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Horto medicinal é projetado para beneficiar moradores de comunidade em Ponte Serrada

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Projeto piloto desenvolvido pela Secretaria de Saúde envolve famílias da Vila Pouso dos Tropeiros 

A utilização da natureza para fins terapêuticos é tão antiga quanto à civilização humana. Os produtos naturais foram por muito tempo os únicos recursos no tratamento de doenças. Historicamente as plantas medicinais são importantes como fitoterápicos e na descoberta de novos fármacos. É no reino vegetal que se encontra a maior contribuição para a fabricação de medicamentos.

Um projeto piloto realizado pela Secretaria de Saúde de Ponte Serrada pretende trabalhar o assunto com moradores da Vila Pouso dos Tropeiros (CTG), que além de ajudarem no cultivo, vão aprender as funções e benefícios de cada raiz.

O Horto Medicinal do Posto de Saúde da comunidade envolve parceiros como a Epagri do município, Cooperativa de Trabalho e Extensão Rural de Passos Maia (Cooptrasc) e profissionais da Secretaria de Saúde de Ponte Serrada, através da Estratégia Saúde da Família (ESF) do CTG, que reúne também moradores das comunidades Derrubada, 25 de Maio, Rio do Mato, Granja Berté, Guaporezinho, Catapan e Farroupilha.

“O acesso da população à prática e aos benefícios da fitoterapia na atenção básica torna-se campo fértil para o desenvolvimento de suas potencialidades de forma multiprofissional, assim como abre leque de possibilidades e vantagens”, argumenta a enfermeira Édina Gugel da Silva. “A aproximação entre trabalhadores da saúde e comunidade torna a relação mais horizontal, reforçando o papel da ESF como primeiro contato do usuário com o SUS, assim como a ampliação das ofertas de cuidado favorece o principio da integralidade em saúde”, acrescenta.

Ela conta que a iniciativa surgiu durante as reuniões com o grupo de hipertensos e diabéticos do CTG. “Percebemos que as pessoas com a pressão arterial e o diabetes normalizado paravam de fazer o uso dos medicamentos e tinham a falsa ideia de que estavam curadas, mas vale salientar, hipertensão e diabetes são doenças que não tem cura. Assim passavam a tomar chás. Porém, nem todos conhecem as ervas e o modo de prepará-las. Em virtude disso e levando em conta as orientações do Ministério da Saúde, estamos iniciando e colocando em prática a ideia do horto medicinal”.

Experiência

Na última semana o grupo de hipertensos e diabéticos visitou junto com a equipe de saúde um horto construído em uma residência na comunidade 25 de Maio. O objetivo foi observar como ocorre o cultivo, captando o exemplo para a implantação do projeto no Posto de Saúde. “Os participantes poderão conhecer plantas medicinais, suas propriedades e uso e ainda fazer o plantio. O horto medicinal também auxiliará nas prescrições do médico da ESF, que poderá recomendar o uso de alguma planta cultivada no local ao paciente”, ressaltou Édina.

Ainda de acordo com a enfermeira, a principal intenção do projeto é justamente fazer com que a comunidade participe para aprender os reais benefícios de cada chá à saúde, além de promover uma interação de conhecimento e ações de prevenção de doenças. “As ações da fitoterapia promovem o fortalecimento do vínculo dos usuários e da comunidade com as equipes de saúde, a participação popular, a autonomia dos usuários e o cuidado integral da saúde”, associa Édina. Segundo ela, no espaço deverão ser cultivados diversos tipos de ervas, como chás de alcachofra, benéfico para o combate do colesterol; alecrim, bom para ativar a circulação; e mil em rama, analgésico e anti-inflamatório, entre outras propriedades.

Jhonatan Coppini – Ascom Ponte Serrada