Secretaria, comissão e fundo serão criados para fomento do setor no município
A realidade era outra em 1984. O extrativismo basicamente movia a economia dos municípios do Oeste. Fundado em 1961, Pinhalzinho iniciava na época sua terceira década de desenvolvimento. Quis o esforço coletivo dos moradores, poderes constituídos e entidades de classe transformar a cidade em sinônimo de crescimento e desenvolvimento. Trinta anos depois, a receita foi posta na mesa dos ponteserradenses. Se em 2015 alguns ingredientes precisam ser diferentes, a essência permanece.
Aos 53 anos, quatro mais novo do que Ponte Serrada, o pujante município mais ao Oeste de Santa Catarina tem no empreendedorismo industrial e comercial a base para dois terços da economia. A outra parte vem da agricultura. Mas foi em 1984 que a história contada na noite desta segunda-feira, dia 30, em uma reunião na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Ponte Serrada, começou a ser escrita. Lideranças da época falaram a empresários e autoridades a receita que permite Pinhalzinho ter na média uma empresa para cada nove habitantes, onde a população está estimada em 20 mil pessoas.
As dezenas de ponteserradenses que estiveram na reunião viram que o município pode se espelhar em Pinhalzinho para vislumbrar o futuro. Que história Ponte Serrada pretende contar daqui os próximos 30 anos? Ela pode ter começado a ser escrita. A união de esforços, a mesma vista em Pinhalzinho em 1984, parece estar ganhando corpo.
Saindo do papel
Prova é a criação da futura Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo. Com ela nascerão o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e o Fundo de Desenvolvimento Econômico. O conselho vai existir para planejar, analisar e implantar ações que incrementem as empresas já existentes e incentivem a abertura de novas. O fundo terá recursos de apoio repassados mensalmente pela Prefeitura e a própria Câmara de Vereadores. O projeto deve ser votado dentro de pouco tempo para se tornar efetivamente lei.
“O que está sendo plantado aqui já é realidade no município de Pinhalzinho”, disse o prefeito Eduardo Coppini (Duda). “Me chamou muito a atenção o grau de confiança com que os empresários de lá se uniram. Discutiram ideias e começaram a criar. Algumas delas não deram certo, mas muitas vingaram. Hoje Pinhalzinho é um exemplo para todos”, acrescentou Duda, acreditando que Ponte Serrada tem condições de fazer o mesmo. “É óbvio que não é algo a curto prazo, mas que a gente consiga ter a capacidade, discernimento e humildade de realmente escrever uma história diferente no município. É hora de acordarmos para essa oportunidade, e eu tenho certeza que tem tudo para dar certo”.
Apoio técnico, planejamento e ações
A ideia tem o acompanhamento técnico do Sebrae. O coordenador regional oeste do órgão, Enio Albérto Parmeggiani, participou da reunião e comemorou os avanços do projeto, iniciado há cerca de dez meses. “Comemoramos hoje um aspecto fundamental para qualquer projeto, que é o alinhamento, a sincronização e o entendimento da dimensão que um projeto desse tem. O Sebrae é esse instrumento que as empresas têm, mas não conseguimos concretizar nenhuma ação sem que haja a participação e interação da comunidade”, afirmou.
“É o primeiro passo, vamos ter a lei, mas só vão acontecer resultados com ações”, destacou o presidente da CDL de Ponte Serrada, Luiz Carlos Bavaresco, lembrando que o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico será formado por sete representantes da iniciativa privada e outros quatro do setor público. “A lei por si não vai adiantar nada se não tivermos ações, trabalho e discussão. Esse conselho vai ter que se reunir com frequência para discutir ideias”, analisou.
Reativada recentemente, a Associação Empresarial de Ponte Serrada (Aeps) tem o empresário Gilmar Romani na presidência. A entidade vai trabalhar junto com a CDL e demais instituições para o desenvolvimento do projeto, considerado por Gilmar um passo fundamental para o desenvolvimento econômico do município. “Nós buscaremos através do conselho e do fundo o desenvolvimento de um planejamento estratégico, que nada mais é do que a execução de um diagnóstico socioeconômico para entendermos exatamente como o município está hoje, quais são os pontos fortes, fracos e as oportunidades que temos. Uma vez feito o diagnóstico, traçaremos políticas que vão nos levar ao desenvolvimento”, explicou.
Jhonatan Coppini – Ascom Ponte Serrada