Em Marema, 12 propriedades já implantaram o Programa “Balde Cheio” – metodologia inédita de transferência de tecnologia que contribui para o desenvolvimento da pecuária leiteira em propriedades familiares
Marema – O produtor rural da Linha Treze de Maio, interior de Marema, João Roberto Marcon, já estava desistindo da atividade de bovinocultura de leite. A insatisfação com a atividade era grande porque a produção das 16 vacas leiteiras não estava dentro do esperado. Para reverter a situação, o jovem de 24 anos apostou em novas tecnologias disponibilizadas através da Secretaria de Agricultura pelo Programa Balde Cheio. “Depois que aderi ao programa houve melhoramento da pastagem através da correção do solo, e consequentemente tivemos cerca de 80% a mais no faturamento. Agora estamos iniciando o programa de melhoramento genético. O incremento no faturamento nos permitiu melhorar toda a estrutura da propriedade”, conta o produtor. Hoje o plantel do produtor é de 25 vacas, 14 estão na ordenha. Elas produzem em média 6.000 litros de leite/mês.
Na ponta do lápis
Gelsa Lunardi, moradora da Linha Seara – Marema –aderiu o programa há cinco anos e junto com seu irmão Julcimar Lunardi reúnem um plantel de 44 vacas. Segundo a produtora, depois que ela implantou o programa na propriedade, a produção leiteira aumentou consideravelmente. Hoje a produção é de 27.600 litros/mês. “Um dos fatores que nos ajudou bastante foi o total controle das despesas que também é um dos objetivos do programa. Fazemos levantamentos e cálculos da produção leiteira, todos os custos estão na ponta do lápis, assim podemos ver mês a mês se a produção está dando lucro ou não. Hoje não imaginamos trabalhar sem o programa”, salienta.
O secretário de Agricultura, Fábio Pasini, explica que o programa Balde Cheio é feito por uma empresa privada, uma cooperativa com sede em Londrina, formada por técnicos e agrônomos que prestam assistência técnica uma vez por mês na propriedade. “Eles ficam com o produtor por cerca de 4h por mês, trabalhando a parte de alimentação, correção de solo e principalmente a parte de receitas e despesas. A única parte que os técnicos não atuam é a parte sanitária dos animais”.
Pasini lembra que conheceu o programa em Coronel Freitas ainda em 2009. “Naquela época eu percebi como o programa fazia a diferença na propriedade. Ao assumir a secretaria aqui em Marema em 2013 buscamos trazer o programa para o município e conseguimos subsidiar parte do projeto”, relembra.
O que é?
O Programa Balde Cheio é uma metodologia inédita de transferência de tecnologia que contribui para o desenvolvimento da pecuária leiteira em propriedades familiares. Seu objetivo é capacitar profissionais de extensão rural e produtores, promover a troca de informações sobre as tecnologias aplicadas regionalmente e monitorar os impactos ambientais, econômicos e sociais, nos sistemas de produção que adotam as tecnologias propostas.
Com apenas dois anos no município de Marema, o Programa Balde Cheio além de ensinar técnicas que melhoram a qualidade do leite, os produtores aprendem como reduzir custos. Para isso é levado em conta um maior aproveitamento do solo e as vacas se alimentam de capim todos os dias em sistema de rotação. Produtores que aderirem o programa, cumprindo alguns critérios, podem obter até 50 % de subsídio do custo do programa.
Fabíola Casagrande – Ascom Marema