Trecho de aproximadamente 700 metros de extensão foi isolado em ambos os lados no interior do município
O processo é lento. Reconstruir leva tempo, diferente da velocidade com que o homem consegue destruir. Mas a recomposição da mata ciliar do Rio Ponte Serrada passou de proposta para realidade nesta quarta-feira, dia 3. A data pode ser considerada um marco para o processo de reconstrução do que a natureza fez por si, mas hoje precisa das mãos humanas para se reerguer.
Mais de 700 metros de extensão, em ambos os lados do rio, estão com uma margem de cinco a oito metros do leito isolada por uma cerca de arame. Entre o cercado e a beira do rio foram plantadas mais de 800 mudas de árvores nativas e frutíferas. A ação foi uma parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente, Epagri, Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), Grupo de Protetores Ambientais e escolas das redes municipal e estadual de Ponte Serrada.
O secretário de Meio Ambiente, Adenilso Teixeira, lembra que as mudas foram doadas pela Apremavi, por meio do Projeto Araucária, que também forneceu o arame farpado para o cercado. A administração municipal contratou a mão de obra e construiu a cerca, delimitando a área preservada. “A gente fez todo o plantio para repovoar a área. Queremos descer o rio, conscientizando os moradores para que façam esse repovoamento. Esse rio abastece a nossa cidade, por isso é mais importante ainda esse plantio”, comenta.
Eloisa Dona coordena o Projeto Araucária na região. “A ideia é plantar uma semente, mostrando para outros agricultores que é possível fazer essa recuperação sem prejudicar a produção, porque uma das justificativas para não fazer é que diminui a área de plantio, não tem viabilidade econômica. Mas com isso a gente mostra que não é assim. Dá para fazer a recuperação sem prejudicar a produção, ajudando a preservar não só esse trecho de rio, mas também a água da população”.
Preservar não custa nada
Prova de conscientização e que o projeto não compromete a produção da propriedade, Sidiane Paglia, moradora da Granja Berté, onde o plantio foi realizado, diz que o exemplo pode ser seguido por todos. “Essa preservação é o futuro para os nossos filhos. A gente sabe que a água é o bem mais precioso. Nós concordamos em fazer porque é algo que mais cedo ou mais tarde todos vão ter que fazer. É bem importante. É o nosso futuro sendo preservado”.
Dezenas de estudantes também se envolveram no plantio das mudas, incluindo alunos que fazem parte do Grupo de Protetores Ambientais. Eles também deverão acompanhar o crescimento de cada árvore de agora em diante.
Jhonatan Coppini – Ascom Ponte Serrada