Crise econômica que afeta o país começa a atingir prefeituras de forma mais aguda
A crise econômica que assola o Brasil começa a respingar com mais voracidade nos municípios. Dependentes dos repasses de recursos das esferas governamentais em níveis federal e estadual, as administrações municipais sentem os reflexos do caos econômico em que o país mergulha. A exemplo do privado, o setor público amarga quedas consecutivas de arrecadação. O problema desce da União em direção aos estados e estoura na porta das Prefeituras.
A queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), principal fonte de recursos provenientes do governo federal, é violenta para o mês de março. Se em fevereiro já houve redução de 4,5% em relação a janeiro, neste mês a previsão é de que o repasse do FPM seja 32% menor. A redução acumulada desde o início do ano chega a 36,5%.
O prefeito de Ponte Serrada, Eduardo Coppini (Duda), se reuniu nesta quarta-feira, dia 11, com a equipe de governo para avaliar a situação do município, que além da queda do FPM, deve enfrentar junto com as demais cidades de Santa Catarina a diminuição dos repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)."A crise que se instalou em nosso país atingiu estados e municípios, veio muito forte", avaliou Duda.
Ele fez um balanço das perdas sofridas desde o início do ano, com o cenário se agravando agora. "Estamos amargando uma crise que reflete diretamente nas atividades da administração. Isso faz com que tenhamos que tomar medidas para reduzir em torno de R$ 100 mil os valores da folha de pagamento, mexendo na questão de cargos e salários. Estamos estudando com a equipe técnica. De forma alguma gostaríamos de tomar uma decisão de tamanha envergadura, mas foge da nossa alçada".
"É um reflexo não de desordem financeira em nível municipal", lembrou o prefeito. "São reflexos de repasses que vêm do governo federal para os municípios. Não está afetando só Ponte Serrada, é o país todo. Mas aqui na ponta, onde se faz frente à maioria das despesas, é onde se está sofrendo mais e são exigidas medidas emergenciais, porque a Lei de Responsabilidade Fiscal não perdoa, não vai interpretar se a crise é do governo federal, se está havendo desvio de recursos em nível federal ou não. Eles não querem saber".
Duda ainda estuda com a equipe administrativa um pacote de medidas emergenciais para lidar com o momento. "Temos que cumprir os percentuais exigidos por lei. Estamos revendo contratos terceirizados e estudando medidas necessárias para que a gente consiga trabalhar com o orçamento. A equipe toda está num esforço conjunto para que possamos tomar o melhor caminho", finalizou o prefeito.
Jhonatan Coppini – Ascom Ponte Serrada