Onda de crimes e baixo efetivo das Polícias Civil e Militar nortearam debate na noite desta segunda-feira
O clamor popular pela melhoria da segurança pública foi o tema de um encontro entre vítimas de assaltos e furtos, administração municipal e a Câmara de Vereadores de Ponte Serrada na noite desta segunda-feira, dia 28. A incidência de crimes no município e a falta de efetivo policial, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar, foram temas discutidos pela população e representantes do poder público.
Alguns empresários que já tiveram os locais de trabalho violados participaram do debate, além de moradores que já foram vítimas de crimes de furto e roubo em residências. O prefeito de Ponte Serrada, Eduardo Coppini (Duda), e o presidente da Câmara de Vereadores, Valdomiro Acunha (Kiko), também estiveram no encontro e colocaram os poderes Executivo e Legislativo como parceiros na busca de uma saída que melhore a segurança pública da cidade.
O prefeito reconheceu a importância do movimento e observou o ato como um pedido de apoio da população. "A segurança pública no país vem assustando inúmeros municípios. E para quem imaginava que isso não chegaria até o interior, infelizmente hoje estamos vivendo essa dura realidade", lamentou Duda.
Mas ele afirmou que a administração municipal pretende unificar esforços em busca de medidas que possam minimizar a situação. "Se faz necessária uma ação conjunta do Legislativo, Executivo, população, Ministério Público e Judiciário", opinou o prefeito, que assegurou a luta pelo aumento do efetivo, mobilizando inclusive municípios da região para dar peso às reivindicações.
Furtos e roubos
Ações cada vez mais frequentes de furtos e roubos preocupam os moradores. Somente no final de semana, várias residências foram invadidas por bandidos, que levaram objetos e até veículos, inclusive em um assalto a mão armada, rendendo uma família de Ponte Serrada. Também vitima recente de assalto, o engenheiro civil Osmar Bresciani foi um dos que tomaram a iniciativa de reunir a população em conjunto com o poder público.
Segundo ele, a ideia é unir forças para reivindicar. "A gente está se sentindo impotente diante a essa onda de assaltos. Estamos querendo arrumar uma solução. A população está acuada, estamos vendo as famílias se recolhendo cedo, se fechando em casa, e não é esse o princípio da liberdade que a nossa constituição tanto prega. Nós temos que dar passos. A gente não vai resolver tudo de uma vez só, mas um passo por vez, quem sabe a gente consiga combater essa onda de violência que está acontecendo", ponderou.
Legislativo no apoio
Também demonstrando preocupação, o presidente da Câmara de Vereadores de Ponte Serrada colocou o Legislativo como parceiro da causa. Valdomiro Acunha parabenizou a iniciativa da comunidade em levantar a questão e disse que o momento deve ser de união. "Vamos trabalhar juntos, poder Legislativo, Executivo e toda a comunidade, para que possamos dar uma resposta e amenizar essa situação, que não é uma realidade só do nosso município, é um problema que toda a nação vem enfrentando. Mas não podemos cruzar os braços e ficar só observando, temos que tomar uma posição, fazer alguma coisa", disse Kiko.
Guarda municipal
Medida extrema para solucionar o problema, a criação de uma guarda municipal chegou a ser levantada como hipótese. Mesmo não sendo obrigação dos municípios, já que sequer recebem recursos federais ou estaduais para este fim, a ideia chegou a ser cogitada durante a reunião e deverá ser estudada pela administração. "É uma medida extrema, que não deveria ser necessária. Mas, para que tenhamos uma ponta de esperança, vamos fazer um estudo de como isso funciona para tentar minimizar o medo que hoje tomou conta de Ponte Serrada", ponderou o prefeito.
Próximos passos
Segundo Duda, uma pauta de ações deve ser elaborada agora pela administração municipal e a Câmara de Vereadores, em conjunto com as demais autoridades competentes, para dar sequência aos debates iniciados nesta primeira reunião.
Jhonatan Coppini – Ascom Ponte Serrada