Projetos para áreas incluídas nas Metas do Milênio das Nações Unidas e elaborados com a participação da sociedade têm mais chances de captar recursos de agências internacionais de financiamento. Os dois fatores de priorização ficaram claros na conferência que tratou do assunto no III Congresso Latino-Americano de Cidades e Governos Locais, realizado na semana passada, em Florianópolis (SC). A mesa de debates foi mediada pelo presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski.
Dos cinco palestrantes da conferência, três representaram instituições da ONU – UN-Habitat, Art-Iniciativa e Cifal-Unitar. Participaram também Aliança de Cidades e Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU).
A representante da UN-Habitat, Cecília Martinez, aconselhou os gestores de municípios latino-americanos a elaborarem seus projetos e a buscarem recursos internacionais. "Em países em desenvolvimento, especialmente na América Latina, é onde ocorrem as maiores deformações sociais", disse.
Redes locais
Integrante da Art-Iniciativa, Luciano Carrino explicou que a entidade oferece apoio técnico e político, além dos recursos financeiros, e prioriza projetos elaborados por redes locais. "Colocamos recursos à disposição de grupos de trabalhos, formados por prefeitos e governadores, por exemplo, com projetos de apoio às redes locais de comunidades", afirmou. Ele sugeriu que as associações de municípios promovam concursos regionais e nacionais para identificar as melhores inovações.
"Os municípios devem participar ativamente da elaboração da agenda internacional porque, hoje, menos de 5% dos recursos para o desenvolvimento vão para os governos locais", afirmou o integrante da CGLU-Barcelona, Edgardo Bilski. "As agências não propõem ações de desenvolvimento, mas estimulam", disse.
Projetos de desenvolvimento econômico e sustentável, de gestão ambiental e governabilidade local são foco da Cifal-Unitar. Com 12 centros do mundo, o Cifal-Curitiba, no Brasil, é a referência para a América Latina. A Aliança de Cidades oferece recursos para projetos de regularização de assentamentos precários.
Fonte: Agência CNM
